Conselho do grupo de luxo LVMH, da qual Bernard é CEO, vai votar o ingresso de dois novos membros, Alexandre e Fréderic Arnault
Em 2022, o limite de idade para o cargo de executivo-chefe do grupo foi elevado para 80 anos - Arnault tem 75 anos. E, aos poucos, nos bastidores, ele vem preparando cuidadosamente para que seus cinco filhos possam no futuro liderar o império de luxo que Arnault construiu e que hoje é um conglomerado avaliado em quase € 400 bilhões (R$ 2,2 trilhões).
Atualmente, os dois filhos mais velhos de Arnault, frutos de seu primeiro casamento, já estão no board: Delphine, de 48 anos, e Antoine, de 46 anos. Agora o conselho vai votar a entrada de mais dois: Alexandre, de 31 anos, e Fréderic, de 29 anos. Ou seja, a representação familiar no board vai dobrar, sendo que o caçula da família, Jean Arnault, de 25 anos, será o único dos herdeiros a ficar sem um assento.
O que está em jogo é a futura liderança do maior grupo de luxo do mundo, que abrange marcas da moda como Dior e Louis Vuitton, hotéis e a joalheria Tiffany & Co, em um momento em que o setor de luxo está enfrentando uma desaceleração após um boom sem precedentes no auge da pandemia de Covid.
Conheça os herdeiros de Bernard Arnault:
Delphine Arnault, a favorita para CEO
Bernard Arnault, homem mais rico do mundo, ao lado da filha Delphine — Foto: Bloomberg
Nascida em 4 de abril de 1975, fruto do primeiro casamento de Bernard Arnault com Anne Dewavrin, Delphine ingressou na LVMH em 2000. Formada pela EDHEC Business School em Paris e pela London School of Economics, iniciou a sua carreira na empresa de consultoria MacKinsey.
Mas foi pela porta da moda que Delphine entrou no grupo familiar, trabalhando com John Galliano, diretor artístico e designer da Dior. Em 2008 foi nomeada vice-diretora do escritório, permanecendo na linha de frente quando, em 2011, Galliano foi demitido após proferir palavrões antissemitas sob efeito de álcool. Delphine soube proteger a marca das consequências midiáticas e nomeou o sucessor, o costureiro Raf Simons.
Em 2013, ela ingressou na Louis Vuitton e permaneceu na empresa principal do grupo como vice-gerente geral por uma década. No início de 2023, foi promovida à presidência da Christian Dior Couture. Hoje a mais velha dos irmãos é citada como a favorita para suceder o pai à frente do grupo.
Depois de um primeiro casamento de cinco anos com Alessandro Vallarino Gancia, herdeiro dos vinhedos italianos, Delphine mantém um relacionamento com Xavier Niel, com quem tem dois filhos.
Antoine Arnault, o rei da comunicação
Antoine Arnault, a atriz Anya Taylor-Joy, e Bernard Arnault , o homem mais rico do mundo e presidente e diretor-executivo do grupo LVMH, dona das grifes Louis Vuitton, Dior e Tiffany's, — Foto: AFP
Antoine Arnault, de 46 anos, é considerado o rei da comunicação. Primeiro filho de Bernard Arnault, também nascido do primeiro casamento, Antoine é especialista na área e em marketing. Formado em administração, ingressou na LVMH em 2005, na área de gestão de marketing, antes de ser nomeado diretor de comunicações da Louis Vuitton, dois anos depois.
Muito sensível aos problemas sociais, em 2017 falou a favor de um código para o bem-estar dos modelos, em 2018 defendeu perante o governo francês a necessidade de avançar no caminho da igualdade de gênero e em 2019 lançou uma cooperação inusitada com a ONG Socorro Popular.
Depois de ter dirigido a fabricante de calçados Berluti entre 2011 e 2022, assumiu a direção geral e a vice-presidência do conselho da Christian Dior SE, que nada mais é do que a holding familiar que controla mais de 40% da LVMH.
Grande jogador de pôquer, vive desde 2011 com a modelo russa Natalia Vodianova. Os dois se casaram em 2020.
Alexandre Arnault, 'amigo das estrelas'
Pharell e Alexandre Arnault na festa da Tiffany — Foto: AFP
Alexandre Arnault, de 31 anos, é o "amigo das estrelas". Nascido em 1992, Alexandre é o primeiro filho do segundo casamento de Bernard Arnault com a pianista canadense Hélène Mercier. Ele começou a trabalhar na Telecom Paris, mas fracassou na tentativa de ingressar na Polytechnique, a mais famosa escola de engenharia dependente do Ministério da Defesa francês. Destemido, ele obteve o título de mestre em 2015.
Algum tempo depois, Alexandre passou a integrar o grupo familiar, assumindo a cogestão da Rimowa. Quem o conhece diz que desempenhou um papel fundamental na decisão do pai de adquirir aquela marca alemã de marroquinaria de luxo em 2016. Entre 2019 e 2021, substituiu o pai no conselho de administração do Carrefour, de onde saiu para assumir o cargo de vice-CEO da Tiffany. Em três anos de gestão, porém, Alexandre não conseguiu superar os resultados de seus dois principais concorrentes internacionais, Cartier e Van Cleff & Arpels.
A nível pessoal, Alexandre é conhecido por ser amigo de estrelas do showbusiness. Em sua conta do Instagram, ele aparece ao lado de Pharrell Williams, Beyoncé e Jay-Z.
Frédéric Arnault, o 'pequeno gênio'
Bernard e Frédéric Arnault — Foto: Reprodução/Redes sociais
Frédéric Arnault, de 29 anos, é o "pequeno gênio". Muitas vezes apresentado como o mais talentoso da família, Frédéric foi admitido na famosa École Normale Supérieure, embora tenha preferido a Polytechnique, para seguir os passos do pai. Formado, ele se juntou ao grupo familiar após uma passagem pela MacKinsey e pelo centro do Facebook para pesquisas de inteligência artificial.
Em 2017, ingressou na TAG Heuer para assumir atividades relacionadas a relógios inteligentes. Em 2020, assumiu a presidência da empresa. Em janeiro, Frédéric – que também é um excelente pianista e tenista – foi nomeado CEO da nova divisão de relógios da LVMH.
Jean Arnault, o caçula
Jean Arnault, diretor de relógios da Louis Vuitton, é o filho mais novo de Bernard Arnault, o fundador da gigante francesa do luxo LVMH — Foto: Nathaniel Goldberg
Jean Arnault, 26 anos, é o caçula do imperador do luxo. O mais novo e último dos irmãos também teve uma notável carreira educacional. Ele possui mestrado em matemática financeira pelo prestigiado MIT em Cambridge, perto de Boston, e mestrado em engenharia mecânica pelo Imperial College London.
Amante de relógios, chegou à Louis Vuitton como diretor de marketing e desenvolvimento do setor. Depois, discretamente, continuou a carreira até se tornar diretor da indústria relojoeira da marca. Quem o conhece o define como "discreto, mas apaixonado pelo seu trabalho. Muito elogiado pelos dirigentes e pelos quadros com quem colabora".
Fonte: O GLOBO
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