O presidente do STF participou de reunião no Rio de Janeiro com representantes do Judiciário de todos os países do G20

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, pede que as plataformas digitais tenham "solidariedade" com a tragédia no Rio Grande do Sul após profusão de fake news em rede sobre a tragédia climática. 

O ministro participou na tarde desta segunda-feira do J20, evento com representantes das Cortes superiores dos países do G20 e da União Africana para discutir inclusão social no Judiciário e desenvolvimento sustentável.

— A proliferação de fake news em relação à tragédia climática no Sul é uma derrota de espírito. É uma perversão da alma alguém fazer maldades com uma situação que já é tão gravosa - afirmou o presidente do STF. — No momento sensível como esse que estamos vivendo, nós precisamos de uma solidariedade geral, inclusive das plataformas digitais.

Barroso afirmou ainda que, em uma semana, o Supremo Tribunal Federal (STF), com a contribuição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), conseguiu destinar R$ 106 milhões à Defesa Civil do Rio Grande do Sul. Os recursos viriam de acúmulos de recursos de penas pecuniárias - pagamento previsto em casos de crimes de menor potencial ofensivo.

Na avaliação do ministro, no entanto, o Judiciário não deve ser protagonista no combate às questões climáticas:

— O primeiro dinheiro que chegou (ao Rio Grande do Sul) veio do Judiciário, mas não se salva o mundo de mudanças climáticas com decisões judiciais.

Iniciado neste domingo, o encontro com representantes do Judiciário das 20 maiores economias do mundo debate questões como inteligência artificial, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas pela perspectiva das Cortes superiores dos países. O encontro, realizado no Rio de Janeiro entre o último domingo e esta terça-feira, integra uma série de agendas do G20 previstas para o ano na cidade, escolhida para sediar os eventos do grupo de países.

Nesta segunda, os representantes participaram de debates em dois eixos centrais: promoção de cidadania e inclusão social no Judiciário e sobre desenvolvimento sustentável e litigância climática.


Fonte: O GLOBO