Mediatech contratou Itaú BBA para levantar aporte do tipo Série A
Após reunir um “elenco” multigeracional de quase cem influenciadores do topo da pirâmide — de Fátima Bernardes a Giovanna Ewbank, passando por Valentina Bandeira e Galvão Bueno —, a Play 9 decidiu correr atrás da chamada “cauda longa” para escalar um negócio que faturou R$ 146 milhões no ano passado. A meta é crescer pelo menos 20% em 2024.
A mediatech (startup de mídia) está prestes a lançar um marketplace para conectar nano, micro e pequenos influenciadores a marcas que querem lançar campanhas nas redes. Quando houver match, a Play9 ficará com uma taxa de intermediação. O espaço ficará plugado à PlayNest, plataforma lançada pela Play9 no ano passado e que é um misto de academia virtual e software de relatórios de desempenho para os criadores de conteúdo.
— Um post publicitário de menos de R$ 12 mil dá prejuízo à Play9, dada sua estrutura. A gente entendeu que, para escalar e achar outros fenômenos, era preciso olhar para a base da pirâmide. Estima-se que o Brasil tenha mais de 10 milhões de influenciadores. Se 10% gerarem receita, a oportunidade é gigante — conta João Pedro Paes Leme, que foi diretor-executivo da Central Globo de Esportes e fundou a Play9 em 2019, ao lado de Felipe Neto e Marcus Vinícius Freire, o medalhista olímpico do vôlei.
100 mil
Sem o marketplace, a PlayNest atraiu quase 10 mil usuários no boca a boca. Agora, a expectativa de Paes Leme é que 100 mil influenciadores estejam usando a PlayNest até o fim do ano.
Enquanto estrutura a nova aposta, a Play9 contratou o Itaú BBA para ajudá-la a captar sua primeira rodada de investimentos. Será um aporte do tipo Série A, cujos cheques milionários não raro chegam à casa dos nove dígitos. Até então, as captações da Play9 haviam sido pequenas, feitas para viabilizar a entrada de sócios estratégicos — como o investimento da Arezzo no negócio, que transformou Rony Meisler (Reserva) em conselheiro em 2022.
A Play9 também acaba de contratar como diretora de receitas Andrea Hirata, que vem da rede social Kwai. Sua principal missão é dobrar o faturamento em dois anos.
— Entramos no que chamamos de fase 3.0, com foco em escalabilidade. Entendemos que não somos só uma agência, amadurecemos a estratégia de one-stop-shop para marcas e influenciadores amplificarem conteúdo nas redes — diz Paes Leme, que só tomou coragem para deixar a TV Globo e fundar a Play9 após anos de reflexões no divã da psicanalista.
Vender até foguete
A guinada da Play9 se dá no momento em que Paes Leme identifica um ponto de virada no ecossistema de influenciadores:
— O influenciador brasileiro está aprendendo a vender. Ele sempre teve um perfil mais de americano, com foco em lifestyle, e está agora incorporando atributos dos chineses, que, literalmente, vendem até foguete on-line (risos).
Fonte: O GLOBO
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