Khedidja Teape teve os membros amputados no fim do ano passado e, hoje, consegue cuidar dos quatro filhos com uma prótese adaptada

Uma mulher de 29 anos teve as pernas, o braço esquerdo, uma mão e dedos amputados após desenvolver uma sepse pós-parto. A doença ocorreu com a empresária Khedidja Teape, de 29 anos, pouco depois dela dar à luz a gêmeos no sudoeste de Londres, na Inglaterra.

Ela revelou ao jornal inglês “The Sun” que a gravidez recente não foi planejada e que deseja contar sua experiência para alertar sobre os perigos da doença desenvolvida no pós-parto. Em 2023, Teape, que já era mãe de um menino e de uma menina, descobriu que a família ia aumentar.

—A gravidez correu bem e, faltando três semanas para o parto, fizemos um chá de bebê com a família e amigos. Eu estava animada com a chegada dos gêmeos, mais uma menina e um menino — disse.

Em abril daquele ano, a empresária teve um trabalho de parto lento e natural. Ela disse nunca ter se sentido tão orgulhosa de si quanto no momento que segurou os bebês no colo. “Olhei para o bebê e disse ‘consegui’. Zakari e Zalaysia eram lindos e mal podia esperar para apresentá-los aos irmãos”, afirmou.

No dia seguinte, a empresária e os bebês receberam alta e, ao chegar em casa, ela sentiu fortes dores no estômago enquanto amamentava os gêmeos. Paramédicos foram até o local e levaram Teape de volta ao hospital que ela deu à luz.

Vida em risco

O quadro de saúde dela era grave: a frequência cardíaca estava alta, enquanto a pressão cardíaca caía. A empresária conta que os médicos fizeram exames e detectaram que ela tinha inflamações por conta do nascimento dos bebês.

— O médico me disse que eu poderia estar com um abscesso no útero e que precisariam fazer uma cirurgia para drená-lo. Tudo aconteceu muito rápido. Quando eu percebi, estava em uma sala de cirurgia — disse.

Quando ela abriu os olhos, ouviu do marido que ela estava lutando contra uma uma infecção que virou uma sepse pós-parto. A empresária ouviu dos médicos que não sobreviveria àquela noite caso não tivesse solicitado a ambulância.

Dias depois, ela ficou incapaz de responder aos outros e teve alucinações. Os médicos temiam que a sepse tivesse chegado ao cérebro, mas, um tempo depois, ela voltou a conseguir se comunicar. Meses depois, a empresária teve os membros amputados, em um processo doloroso.

— Conheci outros amputados em um centro de reabilitação. Eles me ajudaram a me sentir melhor e me disseram que a minha vida não ia parar. Fiquei um pouco otimista depois disso. Quando acordei da cirurgia, não sentia nada. Fiquei feliz por ter acordado e sobrevivido — afirmou.

Ela foi transferida para um centro de reabilitação em outubro, onde aprendia exercícios e se adaptava ao novo corpo. Na virada do ano, ela recebeu as próteses adaptadas e, agora, diz estar indo “muito bem”.

A reabilitação permitiu que ela voltasse a cuidar dos filhos — Foto: Reprodução/The Sun

— Minha vida pode ter virado de cabeça para baixo, mas, pelo menos, meus filhos ainda tem uma mãe. Quero que haja uma conscientização maior sobre a sepse — desabafou.


Fonte: O GLOBO