Presidente americano citou conflito no Leste Europeu como exemplo do conflito entre liberdade e ditadura atualmente
— Curvar-se diante de ditadores é simplesmente impensável. Fazer isso seria esquecer o que aconteceu nessas praias sagradas. Nós não esqueceremos. A história nos diz que a liberdade não é gratuita — afirmou Biden, durante seu discurso na Normandia. — Lembre-se de que o preço da tirania desenfreada é o sangue dos jovens e dos corajosos. Em sua geração, na hora da provação, as forças aliadas no Dia D cumpriram o seu dever. Agora a questão para nós é: na nossa hora de provação, faremos a nossa? Temos que nos perguntar se resistiremos ao mal, contra a brutalidade esmagadora. Defenderemos a liberdade, defenderemos a democracia? Ficaremos juntos? Minha resposta é sim e só pode ser sim.
O presidente americano afirmou que as "forças obscuras" contra as quais os Aliados combateram há 80 anos não desapareceram, e que a luta entre ditaduras e liberdade é interminável. Referindo-se à guerra na Ucrânia, Biden afirmou que os aliados não poderiam recuar no apoio, sob risco que permitir que uma ameaça autoritária volte a se espalhar pela Europa.
— Não iremos recuar, porque se o fizermos a Ucrânia será subjugada e não terminará por aí — disse o democrata, chamando o presidente russo, Vladimir Puitn, de "tirano empenhado na dominação". — Os vizinhos da Ucrânia serão ameaçados, toda a Europa será ameaçada.
Biden argumentou ainda que a democracia ao redor do mundo está sob o maior risco atualmente do que em qualquer época desde o fim da Segunda Guerra Mundial, apontando que o "isolacionismo" não era uma resposta para os desafios atuais, assim como não o foi durante o Dia D — maior operação conjunta de desembarque da História.
O presidente cumprimentou veteranos sobreviventes pouco antes de discursar a poucos passos de onde estão enterrados 9.388 militares americanos, a maioria dos quais participou da invasão aliada na praia de Omaha. Seus túmulos são marcados com fileiras de cruzes de mármore branco ou Estrelas de Davi.
Biden, de 81 anos, que era uma criança quando as tropas aliadas invadiram as praias da França, em 6 de junho de 1944, será quase certamente o último presidente dos EUA a falar em um memorial sobre o Dia D que estava vivo na época em que as forças aliadas deram um passo decisivo para a derrota de Adolf Hitler da Europa.
Agora, oito décadas depois, Biden lidera uma aliança de nações em uma guerra muito diferente no continente — que Washington afirma ter um princípio semelhante, que é reagir à tentativa de tomada de um país vizinho, neste caso a Ucrânia, pela Rússia. A Casa Branca já havia antecipado que o presidente faria o paralelo entre o momento histórico e o cenário geopolítico atual.
— Hoje, em 2024, 80 anos depois, vemos ditadores mais uma vez tentando desafiar a ordem, tentando marchar na Europa — disse Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente. Ele disse aos repórteres que Biden defenderia que “as nações amantes da liberdade precisam se unir para se opor a isso”. (Com NYT e AFP)
Fonte: O GLOBO
0 Comentários