Nos bastidores, avaliação é que movimento mostra importância do ministro para a credibilidade do governo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chega ao fim de uma semana de fortes turbulências no mercado e com questionamentos sobre sua força no Executivo amparado pela mensagem de que a pauta econômica é fundamental para sustentar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, na avaliação de integrantes de sua própria equipe.
A sangria nos ativos brasileiros desde sexta-feira passada foi imediatamente interrompida nesta quinta-feira após o ministro declarar que vai intensificar a agenda de revisões de gastos públicos, até aqui muito tímida.
Com o reforço da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que estava ao seu lado, Haddad disse que será feita uma "revisão ampla, geral e irrestrita" das propostas para conter despesas, em um cardápio que vai de “A a Z”.
Mesmo sem dar detalhes, o dólar, que havia superado a marca de R$ 5,40 na quarta-feira, desabou na sequência da fala do ministro. Terminou em R$ 5,36, ainda acima, porém, do valor de fechamento da última sexta-feira, de R$ 5,32, quando começou o mal-estar generalizado.
Naquele dia, declarações de Haddad em um evento fechado com investidores promovido pelo banco Santander levantaram dúvidas em alguns dos participantes sobre a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
Na avaliação de integrantes do time de Haddad, as movimentações do mercado mostram que a avaliam que a confiança sobre o ministro é fundamental para sustentar o governo — e evitar uma subida do dólar e dos juros, com aumento da inflação e menos emprego.
Mas o azedume chegou ao ápice com a devolução, com “aplausos” de Lula, pelo Congresso da Medida Provisória que limitava a compensação tributária do Pis/Cofins, formulada pela Fazenda. Nos dois episódios, o mesmo temor: de que Haddad, que é o grande fiador da responsabilidade fiscal do governo, esteja enfraquecido junto a Lula.
Esse receio vem crescendo desde a troca de comando da Petrobras, de Jean Paul Prates, que tinha a simpatia de Haddad, por Magda Chambriard, considerada um nome do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Nos bastidores, os dois ministros rivalizam. Neste episódio da MP, aliados de Haddad acreditam que o chefe da Casa Civil pode ter operado contra o ministro da Fazenda, como mostrou o colunista do GLOBO Lauro Jardim.
Ainda que Lula tenha muitas críticas ao mercado financeiro, sabe que a alta do dólar prejudica não só a imagem do governo, mas pode bater em indicadores econômicos, que até aqui tem dado boas notícias, como a inflação. Em outros momentos de estresse, como no caso da distribuição dos dividendos da Petrobras, o presidente voltou atrás, pediu conselhos para Haddad, e corrigiu a rota. Essa é a visão de auxiliares de ministros.
Além de a relação entre o presidente e o ministro da Fazenda ser pessoal, a melhora do mercado nesta quinta-feira após o ministro da Fazenda prometer uma intensificação da agenda de contenção de gastos pode fortalecer Haddad na disputa com a ala política pelo andamento de medidas impopulares.
Fonte: O GLOBO
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chega ao fim de uma semana de fortes turbulências no mercado e com questionamentos sobre sua força no Executivo amparado pela mensagem de que a pauta econômica é fundamental para sustentar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, na avaliação de integrantes de sua própria equipe.
A sangria nos ativos brasileiros desde sexta-feira passada foi imediatamente interrompida nesta quinta-feira após o ministro declarar que vai intensificar a agenda de revisões de gastos públicos, até aqui muito tímida.
Com o reforço da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que estava ao seu lado, Haddad disse que será feita uma "revisão ampla, geral e irrestrita" das propostas para conter despesas, em um cardápio que vai de “A a Z”.
Mesmo sem dar detalhes, o dólar, que havia superado a marca de R$ 5,40 na quarta-feira, desabou na sequência da fala do ministro. Terminou em R$ 5,36, ainda acima, porém, do valor de fechamento da última sexta-feira, de R$ 5,32, quando começou o mal-estar generalizado.
Naquele dia, declarações de Haddad em um evento fechado com investidores promovido pelo banco Santander levantaram dúvidas em alguns dos participantes sobre a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
Na avaliação de integrantes do time de Haddad, as movimentações do mercado mostram que a avaliam que a confiança sobre o ministro é fundamental para sustentar o governo — e evitar uma subida do dólar e dos juros, com aumento da inflação e menos emprego.
Mas o azedume chegou ao ápice com a devolução, com “aplausos” de Lula, pelo Congresso da Medida Provisória que limitava a compensação tributária do Pis/Cofins, formulada pela Fazenda. Nos dois episódios, o mesmo temor: de que Haddad, que é o grande fiador da responsabilidade fiscal do governo, esteja enfraquecido junto a Lula.
Esse receio vem crescendo desde a troca de comando da Petrobras, de Jean Paul Prates, que tinha a simpatia de Haddad, por Magda Chambriard, considerada um nome do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Nos bastidores, os dois ministros rivalizam. Neste episódio da MP, aliados de Haddad acreditam que o chefe da Casa Civil pode ter operado contra o ministro da Fazenda, como mostrou o colunista do GLOBO Lauro Jardim.
Ainda que Lula tenha muitas críticas ao mercado financeiro, sabe que a alta do dólar prejudica não só a imagem do governo, mas pode bater em indicadores econômicos, que até aqui tem dado boas notícias, como a inflação. Em outros momentos de estresse, como no caso da distribuição dos dividendos da Petrobras, o presidente voltou atrás, pediu conselhos para Haddad, e corrigiu a rota. Essa é a visão de auxiliares de ministros.
Além de a relação entre o presidente e o ministro da Fazenda ser pessoal, a melhora do mercado nesta quinta-feira após o ministro da Fazenda prometer uma intensificação da agenda de contenção de gastos pode fortalecer Haddad na disputa com a ala política pelo andamento de medidas impopulares.
Fonte: O GLOBO
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