Professor Mateus Simões (Novo) representou o governador do estado em agenda em Contagem nesta quinta-feira; após descer do palanque, respondeu o presidente que havia criticado a gestão
Após representar o governo de Minas Gerais em agenda presidencial em Contagem, o vice-governador Professor Mateus Simões (Novo) rebateu a declaração do presidente Lula (PT) sobre a renegociação da dívida pública do estado, que hoje já ultrapassa R$ 170 bilhões. Segundo Simões, a gestão que faz parte recebeu o estado quebrado.
— O presidente está no papel dele de fazer a defesa do Pimentel (ex-governador de Minas, do PT). Sujeito que deixou R$ 32 bilhões em aberto, não pagou nem o décimo terceiro salário, ficou devendo bilhões aos municípios. Isso definitivamente não é pegar um Estado favorável — disse, em entrevista coletiva.
A declaração é uma resposta a Lula, que na manhã desta quinta-feira, disse que Zema foi beneficiado pela liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), vigente desde 2018 e que interrompeu o pagamento das parcelas, e mesmo assim, conseguiu subir o montante devido.
— É importante lembrar que, desde o início de seu primeiro mandato, o governador Romeu Zema foi beneficiado por uma liminar concedida pela Justiça ao ex-governador Fernando Pimentel (PT) para não pagar as parcelas da dívida. Em todo este tempo, o governador não precisou pagar as parcelas e, mesmo assim, a dívida subiu de pouco mais de R$ 100 bilhões para os atuais cerca de R$ 170 bilhões — afirmou Lula, em entrevista exclusiva ao jornal "O Tempo".
A liminar mencionada pelo presidente expira no próximo dia 13, após duas prorrogações conseguidas pelo governo de Minas apenas neste ano. Na entrevista, o presidente afirmou que seu governo tem "toda disposição" para encontrar uma solução para o problema do estado.
Em março, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um novo modelo de renegociação, que propõe diminuir as taxas de juros cobradas nas dívidas do estado em troca de investimento no Ensino Médio Técnico. Segundo Lula, o estado irá precisar de mais instrumentos para montar uma renegociação "consistente", o que vem sendo tocado por Zema, Haddad, e o presidente do Senado, que é mineiro, Rodrigo Pacheco (PSD).
Nesta quarta-feira, o governador tinha uma reunião marcada com Pacheco para discutir sobre o tema, mas não compareceu. No seu lugar, foram enviados quatro secretários — Gustavo Valadares (Governo), Luiz Cláudio Gomes (Fazenda), Camila Neves (Planejamento) e Marcel Beghini (Secretaria-Geral). Após o encontro, Valadares disse que a intenção é apresentar um projeto de lei no Senado Federal na próxima semana.
— Ficamos muito otimistas com relação às novas propostas apresentadas ao longo da reunião. Queria deixar o testemunho de toda a gratidão do governo do estado e dos mineiros com o senador Rodrigo Pacheco, que tem cumprido um papel espetacular com os estados endividados — disse o secretário de Governo.
A intenção do governo do estado é pedir a prorrogação ao STF por mais 120 dias, a serem contados a partir do dia 13.
'Não me deixaram falar'
Em suas redes sociais, Mateus Simões deixou um recado para Lula e reclamou de não ter tido a oportunidade de discursar no evento. A praxe da Presidência é de que os governadores do estado tem direito à fala nos eventos oficiais, o que não é transmitido para seus representantes, em caso de ausência.
Em vídeo divulgar, o vice-governador disse não ter tido a oportunidade de dizer que o presidente é sempre bem-vindo no estado.
— Ele (Lula) vai ser bem-vindo, por que é o nosso compromisso é com Minas Gerais. Não tive a oportunidade de dizer para ele como nós temos trabalhado em conjunto, por exemplo com a prefeita Marília (Campos) em Contagem, com as obras de contenção de enchentes (...) Estamos aqui para construir em favor de Minas Gerais com cada um dos atores.
O pronunciamento ocorre após Mateus Simões já ter anunciado seu interesse publicar em suceder Zema em 2026.
Fonte: O GLOBO
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