Segundo nota do Palácio de Buckingham, medida foi tomada por 'precaução', e a expectativa é de que recuperação seja 'completa e rápida'

A princesa Anne, irmã do rei Charles III, foi encaminhada ao hospital com ferimentos leves e concussão após sofrer um incidente na sua casa de campo em Gatcombe Park, na noite de domingo. Anne foi levada ao Hospital Southmead, em Bristol. Segundo nota divulgada pelo Palácio de Buckingham, a princesa segue no hospital "como medida de precaução para observação" e espera-se que tenha "uma recuperação completa e rápida".

"O rei tem sido mantido bem informado e une-se a toda a família real para enviar o seu maior amor e votos de felicidades à princesa para uma rápida recuperação", conclui a nota.

Anne é a única filha da falecida rainha Elizabeth, nascida logo depois do hoje rei Charles III. Apesar de ser a 16ª na linha de sucessão ao trono devido às leis de primogenitura, ela é famosa por ser uma das pessoas mais trabalhadoras da família real, muitas vezes registrando mais de 400 eventos públicos por ano.

A princesa é conselheira de confiança do irmão monarca e popular com o público — seus índices de aprovação são mais altos do que qualquer um dos membros da realeza, exceto o príncipe William, o próximo na linha de sucessão, e sua mulher, a princesa Kate Middleton.

Quando Charles assumiu o trono, os especialistas apontaram que o papel de Anne provavelmente se tornaria ainda mais central, já que Charles não pode contar mais com o filho mais novo do rei, Harry, que abdicou dos deveres e de parte dos privilégios reais, nem com o irmão do meio de Charles, Andrew, afastado por causa de escândalos.

Além da carga de trabalho, dizem os especialistas reais, Anne tem sido uma presença de bom senso na família. Além de um breve período de turbulência, quando seu casamento com Mark Phillips naufragou em 1989, ela forneceu pouco material para os tabloides de Londres, optando por não dar a seus dois filhos, Peter Phillips e Zara Tindall, títulos reais. Além disso, como seus pais, Anne tem laços particularmente estreitos com a Escócia e provavelmente servirá como emissária não oficial da família real para os escoceses.

Sua história é menos dramática do que a de Charles, sem falar da ascensão e queda de Andrew. Mas é um percurso notável de uma mulher que passou de uma juventude privilegiada, na qual adquiriu fama de arrogante e de língua afiada, a uma formidável carreira em obras de caridade, principalmente com a Save the Children, da qual ela foi presidente de 2010 a 2017.

Ao longo do caminho, Anne competiu nas Olimpíadas de Montreal em 1976 na categoria de hipismo; viveu um primeiro casamento fracassado com Phillips; estabeleceu-se em um segundo relacionamento estável, com o escudeiro real Timothy Laurence; e sobreviveu a uma tentativa de sequestro em 1974, dizendo ao atirador que a mandou sair de seu carro para tentar trocá-la por um resgate: “Não é nem um pouco provável!”

Até o papel de Anne nos dias que cercaram a morte da rainha reforçou sua reputação de trabalhadora. Ela esteve presente nas últimas horas de sua mãe no Castelo de Balmoral, na Escócia, e depois acompanhou o caixão em uma viagem de seis horas a Edimburgo. Anne estava logo atrás do carro fúnebre com Laurence, um vice-almirante da Marinha Real que ela conheceu quando ele estava servindo no iate real Britannia.


Fonte: O GLOBO