De acordo com líderes da categoria, assinatura de acordo será feita se MEC oficializar pedidos já negociados com MGI
Os acenos do governo na última reunião com os técnicos administrativos foram bem recebidos pela categoria, que pode decidir pelo fim da greve nessa semana. No entanto, a situação é diferente entre os professores e, nesse caso, a tendência é que a paralisação continue.
A categoria dos técnicos foi a primeira da educação a entrar em greve, há cerca de 90 dias. Na última terça-feira, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) apresentou algumas propostas que agradaram os servidores, como a possibilidade da progressão na carreira por Reconhecimento de Saberes e Competências.
Nesta semana, serão realizadas assembleias para definir a posição da categoria até a quinta-feira. A tendência é a de que seja aprovada o fim da greve caso o Ministério da Educação (MEC) aceite condições já apresentadas ao MGI, que não se opôs às ideias. Entre elas, estão a diminuição da carga horária de 40 horas semanais para 30 horas e a possibilidade de que os técnicos possam concorrer aos cargos da reitoria nas instituições de ensino.
De acordo com líderes da categoria, se o MEC oficializar essas propostas com prazos definidos para suas implementações haverá a assinatura de acordo e o fim da greve.
Nesse momento, 89 instituições de ensino federal (entre universidades, institutos de educação e o Colégio Pedro II) estão com os técnicos em greve. Sem eles, o bandejão não funciona adequadamente, muitas aulas práticas não são realizadas e funções administrativas ficam paradas.
Caso a proposta seja de fato aceita, a categoria não terá aumento neste ano, o que era uma reivindicação. Os reajustes seriam de 9% em 2025 e 5% em 2026. No entanto, os servidores avaliam que conseguiram avanços na restruturação da carreira com a diminuição do tempo que um servidor leva para chegar ao topo da carreira.
Professores
O cenário, no entanto, não deve se repetir entre os professores. A tendência é a de que o comando de greve oriente a categoria a rejeitar o acordo. Assim, 64 instituições seguiriam com as paralisações já aprovadas.
A categoria representada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) pede reajuste de 3,69% em agosto de 2024, correspondendo ao índice acumulado do IPCA ao longo de 12 meses até abril de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio 2026.
O governo, no entanto, entende que a negociação salarial já foi encerrada com a assinatura de um acordo com o Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) no final de maio e que as conversas estão abertas apenas para pautas não-salariais.
Na última sexta-feira, propôs a revogação de decisões tomadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo acenou com a revogação da portaria 983, que estabeleceu um aumento da carga horária mínima a ser cumprido pelos docentes em sala de aula e, ainda, instituiu obrigatoriamente o controle de frequência por meio do ponto eletrônico. Também ofereceu o fim da instrução normativa 66, que limita promoções e progressões de docentes, segundo os grevistas.
No entanto, a decisão de acabar com a greve ainda será tomada em assembleias de servidores que vão até esta quarta-feira. Veja as outras demandas da categoria:
- Paridade entre ativos e aposentados e o reenquadramento dos aposentados na carreira na posição relativa quando do momento de suas aposentadorias;
- A aplicação de reajustes salariais lineares, sem revisão dos chamados “steps”, e a reivindicação de que seja instituída uma mesa de negociação permanente para discussão ampla da carreira, na perspectiva da alteração da situação "de desestruturação vivida hoje";
- Criação da mesa nacional permanente da educação para discussão do orçamento de custeio das universidades;
- A revogação de regras definidas no governo Bolsonaro.
Fonte: O GLOBO
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