A matéria-prima é encontrada em abundância em Roraima, onde há anos várias dessas quadrilhas têm garimpado a rocha que é a principal fonte para se obter o estanho, metal nobre usado na fabricação de smartphones e tablets

As Forças Armadas encontraram e desarticularam duas operações de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em uma região a aproximadamente 300 quilômetros de Boa Vista, Roraima. Foram encontrados 200 quilos de cassiterita — conhecido como “ouro negro” em sacos e aproximadamente uma tonelada do mineral espalhada no terreno.

A Operação “Catrimani II”, coordenada pelo Ministério da Defesa, focou em operações ilegais às margens do Rio Uraricoera. Após a ação dos militares e agentes envolvidos na operação, foram destruídos diversos equipamentos utilizados pelos garimpeiros ilegais, incluindo: dez motores, uma esteira, três geradores, uma motosserra e três motobombas.

Estima-se que, na região de garimpo, a infraestrutura básica de acampamento esteja avaliada em R$ 30 mil. Já a cassiterita, minério pouco conhecido do público, mas de grande valor no mercado de extração e beneficiamento, possui o valor médio de R$ 56 o quilo.

Militares na selva em região de garimpo ilegal — Foto: Divulgação/Forças Armadas

A matéria-prima é encontrada em abundância no território indígena Ianomâmi, em Roraima, onde há anos várias dessas quadrilhas têm garimpado a rocha, geralmente na cor castanha ou preta, que é minerada e exportada ilegalmente.

A cassiterita é a principal fonte para se obter o estanho, metal nobre que é usado na fabricação de smartphones e tablets, por exemplo. O material é usado na composição do material da tela e das placas de circuitos eletrônicos. O estanho também compõe o revestimento interno de enlatados, faz parte na fabricação de fungicidas e usado na indústria para formar ligas, como bronze, latão e soldas.

A demanda por essa matéria-prima explodiu durante a pandemia, com o aumento da procura por aparelhos eletrônicos. E isso, é claro, despertou a atenção dos garimpeiros ilegais que exploram a cassiterita desde os anos 70.

De acordo com relatório do Ministério Público Federal, de janeiro de 2021 até início de maio de 2022, foram apreendidas mais de 200 toneladas de cassiterita só em Roraima. Em março deste ano, outra operação da PF, também em Território Ianomâmi, apreendeu outras 27 toneladas. A PRF estima que mais de 400 toneladas tenham sido apreendidas pela instituição nos últimos três anos.

De acordo com relatório do Ministério Público Federal, de janeiro de 2021 até início de maio de 2022, foram apreendidas mais de 200 toneladas de cassiterita só em Roraima. Em março deste ano, outra operação da PF, também em Território Ianomâmi, apreendeu outras 27 toneladas. A PRF estima que mais de 400 toneladas tenham sido apreendidas pela instituição nos últimos três anos.


Fonte: O GLOBO