De olho na ampliação de suas bases em 2026, Lindbergh, Ceciliano e Quaquá afiançaram pré-candidaturas a prefeito em meio a quedas de braço internas

A definição das pré-candidaturas do PT a prefeito e vice em cidades fluminenses reflete, por parte de três caciques do partido, a disputa pelo controle político da legenda e pelos principais colégios eleitorais. Os deputados federais Lindbergh Farias e Washington Quaquá e o ex-presidente da Assembleia Legislativa (Alerj) André Ceciliano acomodaram aliados em chapas delimitando redutos e mirando em 2026. Quem eleger mais afilhados sairá fortalecido do pleito deste ano e contará com as máquinas municipais daqui a dois anos, quando serão escolhidos governador, dois senadores e deputados.

Capital, Baixada Fluminense e Região Metropolitana, que reúnem a maior parte do eleitorado, tiveram prioridade nas indicações dos caciques, que protagonizaram quedas de braço por espaço. Lindbergh tem como principal aposta a cidade que governou, Nova Iguaçu, na Baixada, onde emplacou o ex-vereador Tuninho da Padaria a prefeito.

Uma eventual vitória do afilhado — que não chegou a ser unanimidade na sigla — manteria Lindbergh como principal liderança do PT na cidade, quarto colégio eleitoral.

Ainda na Baixada, pesou a influência de Lindbergh em Nilópolis, com o ex-prefeito Sérgio Sessim (PT), e em Duque de Caxias, segundo colégio eleitoral do Rio. O deputado foi um dos defensores do apoio ao nome do PV, o ex-prefeito José Camilo Zito. No entanto, a paternidade da aliança é reivindicada por Ceciliano.

Disputa por espaço

Se em Duque de Caxias Lindbergh e Ceciliano vão ao encontro de um único nome, o mesmo não aconteceu em Queimados e na capital, onde divergem. O ex-presidente da Alerj conseguiu levar o PT a apoiar o deputado federal Max Lemos (PDT), enquanto Lindbergh defendia a aliança com o prefeito de Queimados, Glauco Kaizer (União).

Na capital, Ceciliano seguiu as diretrizes do PT nacional, que optou pelo apoio à reeleição de Eduardo Paes (PSD). O ex-deputado é um dos nomes do partido para a vaga de vice na chapa do prefeito, ainda indefinida.

A decisão de Ceciliano ocasionou outro embate com Lindbergh, que defende uma aliança com o candidato do PSOL, o deputado federal Tarcício Motta. Lindbergh sugeriu recentemente o movimento “petistas com Tarcísio”.

Ceciliano também lançou a pré-candidatura do filho, o deputado estadual Andrezinho (PT), em Paracambi. Ceciliano tem ainda como aliados a candidata à reeleição em Japeri, Fernanda Ontiveros (PT), e Lorena Zacarias (PT), a Madrinha, em São João de Meriti, numa tentativa de ampliar sua influência na Baixada.

— O PT sairá fortalecido no estado nesta eleição. Vamos ampliar nossas bancadas em 2026 e estarei à disposição do presidente Lula. Como lideranças não podemos deixar de falar também de Marcelo Freixo e do prefeito de Maricá, Fabiano Horta, já que Quaquá deverá se eleger — disse Ceciliano ao analisar o PT em 2026, sem citar Lindbergh.

Já Quaquá busca reforçar suas bases na Região Metropolitana. Ex-prefeito, ele concorrerá em Maricá e lançou sua ex-mulher, a deputada estadual Zeidan (PT), em Itaboraí. Quaquá ainda aposta no deputado federal Dimas Gadelha em São Gonçalo, terceiro colégio eleitoral.

Em Duque de Caxias, Quaquá teve divergência com Ceciliano e Lindbergh. Até fechar a aliança com Zito, ele defendia o nome do deputado federal Marcos Tavares (PDT). O petista procura agora uma aproximação com Zito. Procurados, Lindbergh e Quaquá não retornaram.


Fonte: O GLOBO