Rose Modesto aparece com 34% na capital do Mato Grosso do Sul, seguida pela atual prefeita Adriane Lopes e pelo deputado federal Beto Pereira, ambos com 15%

Pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira mostra a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) na liderança da disputa pela prefeitura de Campo Grande (MS). A ex-parlamentar soma 34% das intenções de voto. Em um segundo pelotão, aparecem dois nomes ligados ao bolsonarismo. Apoiada pela ex-ministra Tereza Cristina (PP), a prefeita e candidata à reeleição Adriane Lopes (PP) tem 15%, mesmo percentual do deputado federal Beto Pereira (PSDB), nome apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em seguida, em um múltiplo empate técnico considerando a margem de erro de três pontos percentuais para mais ou menos, a deputada federal Camila Jara (PT), candidata apoiada pela primeira-dama Janja, aparece com 6%, e o deputado estadual André Luis Soares soma 2%. Já o advogado Ubirajara Martins (DC) e Beto Fuigueiró (Novo) têm 1% cada, enquanto Luso Queiroz (PSOL) não pontuou. Os indecisos, segundo o instituto, correspondem a 16%. Outros 10% declaram o desejo de votar nulo, em branco ou de não participar do pleito.

Disputa em Campo Grande — Foto: Reprodução / Quaest

Na pesquisa espontânea, na qual os nomes dos candidatos não são apresentados ao entrevistado, o percentual de indecisos chega a 80%, apontando uma disputa potencialmente aberta. Neste levantamento, Rose mantêm-se numericamente à frente com 6%, seguida por Adriane e Pereira, ambos com 5%. Camila e Figueiró somam 1%. Outros 2% declaram o desejo de votar nulo, em branco ou de não participar do pleito.

Bolsonarismo dividido

Em Campo Grande, a falta de sintonia interna no PL foi tanta que o partido passou por cinco mudanças de posição sobre a disputa. Em abril, Bolsonaro visitou o Mato Grosso do Sul, mas evitou o campo minado da capital. A legenda chegou a apresentar as candidaturas próprias de Marcos Pollon, Coronel David, João Henrique Catan, Rafael Tavares e Tenente Portela, mas depois sinalizou apoio a Pereira, nome do governador Eduardo Riedel (PSDB). 

Na semana passada, ele foi oficializado como candidato. Há um acordo para que o PL indique a candidatura a vice do tucano, e o nome será definido até o próximo domingo, último dia das convenções eleitorais.

Mesmo diante do cenário confuso, a senadora Tereza Cristina e o presidente do PP, Ciro Nogueira, tentam um acordo para o apoio do PL à prefeita Adriane. Os dois se reuniram com Bolsonaro, mas, até agora, não houve acerto.

– O presidente nacional do partido (PL), o presidente municipal, todos já se posicionaram a declarar apoio à nossa pré-candidatura — disse Beto Pereira, que também conversou com Bolsonaro.

A pesquisa divulgada nesta terça-feira mostra ainda que, na capital do Mato Grosso do Sul, Lula é o padrinho mais rejeitado. São 65% que não votariam em um candidato desconhecido indicado pelo petista. Já o apoio irrestrito a um nome do ex-presidente Bolsonaro é rechaçado por 60% dos eleitores de Campo Grande.

Na cidade que é reduto de Bolsonaro, o presidente tem sua gestão avaliada como positiva por apenas 26% dos entrevistados. Chegam a 41% os que a classificam como negativa.

A Quaest também mensurou um segundo cenário apenas com os quatro candidatos mais bem posicionados na pesquisa. Nesta configuração, Rose mantém a liderança com 37%, seguida por Adriane (17%), Pereira (16%) e Camila (7%). Os indecisos correspondem a 14%, e outros 9% declaram o desejo de votar nulo, em branco ou de não participar do pleito.

O instituto simulou três cenários de segundo turno. Rose supera Pereira por 51% a 25%, com 8% de indecisos. A ex-deputada também aparece à frente de Adriane por 51% a 26%, com 7% de indecisos. Já em uma disputa entre Pereira e Adriane, o parlamentar tem 34%, e a prefeita 33%, com 11% de indecisos.

Avaliação da atual prefeita

Ainda segundo a Quaest, a gestão de Adriane é considerada positiva por 32% da população local, enquanto 32% classificam o governo com regular e 30% como negativo. Outros 6% não souberam ou não responderam.

Das dez áreas prioritárias elencadas pela Quaest, em quatro ao menos 50% dos entrevistados consideram que houve melhora com Adriane: emprego (67%), limpeza (62%), saneamento (58%) e sistema de radares (50%). Em outras quatro, o total dos que enxergam piora é maior que metade da população: corrupção (53%), transporte público (53%), saúde (59%) e moradores de rua (63%).

Avaliação comparada em Campo Grande (MS) — Foto: Reprodução / Quaest

Encomendada pela Cenpar Comunicação Ltda, a pesquisa foi protocolada sob o número MS-00184/2024. Foram ouvidos presencialmente 804 moradores com 16 anos ou mais, entre os dias 24 e 27 de julho. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou menos, para um nível de confiança é 95%.


Fonte: O GLOBO