Nas cidades mais atingidas, legendas estão discutindo maneiras de evitar competições acirradas em meio à necessidade de unidade para a reconstrução dos municípios
A tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul neste ano gerou também uma alteração na rota de partidos em ano de eleições municipais. Legendas reduziram o número de candidatos a prefeitos – os chamados “cabeça de chapa” –, estabeleceram mais alianças e, nas cidades mais atingidas, estão discutindo até composições de candidaturas únicas para evitar disputa acirrada em meio à necessidade de unidade para a reconstrução de municípios.
De 497 cidades, 478 foram afetadas pelas enchentes. Algumas cidades, no entanto, foram mais duramente atingidas, como Eldorado do Sul, Muçum, Canoas e São Leopoldo. Diante do cenário, alguns partidos decidiram rever candidaturas municipais. O PL, por exemplo, previa lançar 250 candidatos a prefeito no estado, e agora o número passou para no máximo 170. A estimativa é do presidente do partido no estado, o deputado federal Giovani Cherini. De acordo com ele, as mudanças devem ocorrer até o fim das convenções partidárias, dia 5 de agosto.
– Muitos candidatos desistiram de concorrer. Aquele número que a gente acharia que teria, não vai ser mais a mesma coisa. Tem lugar que teria disputa de cinco partidos, e agora vai ter três. (...) Muitas pessoas recuaram e estão fazendo aliança, consenso, colocando só candidato a vereador. Não tem como apostar em candidatura própria em alguns lugares. Há um espírito de unidade, de comoção – afirmou.
Presidente do MDB no Rio Grande do Sul, Vilmar Zanchin explicou que as conversas devem seguir até o prazo final para as convenções. Segundo ele, há muito diálogo sobre a construção de candidaturas únicas nas cidades mais atingidas. Até o momento, o partido mantém as 350 candidaturas a majoritária (prefeito e vice), mas está disposto a ceder em alguns casos.
– Há muita conversa em busca de algum entendimento para que não haja disputas tão acirradas (...) Estamos num processo de costura, de avaliação. Cada caso é avaliado individualmente. Não tem ambiente de ir para a disputa, porque a proposta de qualquer candidato agora é reconstruir a cidade – disse.
O presidente citou dois municípios geridos pelo MDB, Muçum e Roca Sales, que foram duramente atingidos pelo desastre. Nos dois, o partido busca consenso por uma candidatura única, formando uma coligação.
Segundo Zanchin, este é um movimento com atuação até de lideranças da sociedade nessas cidades, que apontam que o momento não é de disputa. Ele ressalta que por parte do MDB não será colocado empecilho para se chegar a entendimentos de unificação em prol da reconstrução dessas cidades. Em Roca Sales, o prefeito é do MDB e não vai para reeleição. A legenda, conforme o presidente, poderia lançar um outro nome do partido apoiado pelo prefeito, mas está buscando com as outras siglas um acordo por uma candidatura única.
O presidente do PP no estado, deputado federal Covatti Filho, disse que a legenda está prevendo de 380 a 400 candidaturas a prefeito ou vice, e que este número não mudou com a tragédia. O que alterou, segundo ele, é a posição de cabeça de chapa em algumas cidades para fazer a composição com outras legendas. Em Canoas, por exemplo, um dos municípios mais atingidos, o presidente explica que o partido poderia lançar candidatura própria, mas decidiu compor com o PL e ir como vice na chapa.
– Houve algumas alterações, com busca de agrupamento de força nesses municípios mais atingidos. Municípios que poderiam ter três ou quatro candidatos para majoritária foi reduzido para dois grupos políticos. Houve uma oportunidade de mais unidade entre partidos com o mesmo posicionamento e perfis políticos parecidos – disse.
Em outros casos, como no PT e no Republicanos, não existem grandes mudanças. No Republicanos, o presidente Carlos Gomes aponta que a grande pauta das eleições será a reconstrução dos municípios, mas que não houve mudança no planejamento feito pelo partido de eleger 42 prefeitos. No PT, a presidente Juçara Dutra Vieira afirma que a previsão é dobrar o número atual de prefeituras (23) e aumentar para 600 o número de vereadores nos municípios do estado.
– Talvez sem as enchentes o cenário fosse ainda mais positivo. A gente acha que o impacto maior vai ser na campanha, na mobilidade das pessoas durante a campanha. Mas como decisão política e planejamento, isso não foi afetado – disse Juçara.
Fonte: O GLOBO
A tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul neste ano gerou também uma alteração na rota de partidos em ano de eleições municipais. Legendas reduziram o número de candidatos a prefeitos – os chamados “cabeça de chapa” –, estabeleceram mais alianças e, nas cidades mais atingidas, estão discutindo até composições de candidaturas únicas para evitar disputa acirrada em meio à necessidade de unidade para a reconstrução de municípios.
De 497 cidades, 478 foram afetadas pelas enchentes. Algumas cidades, no entanto, foram mais duramente atingidas, como Eldorado do Sul, Muçum, Canoas e São Leopoldo. Diante do cenário, alguns partidos decidiram rever candidaturas municipais. O PL, por exemplo, previa lançar 250 candidatos a prefeito no estado, e agora o número passou para no máximo 170. A estimativa é do presidente do partido no estado, o deputado federal Giovani Cherini. De acordo com ele, as mudanças devem ocorrer até o fim das convenções partidárias, dia 5 de agosto.
– Muitos candidatos desistiram de concorrer. Aquele número que a gente acharia que teria, não vai ser mais a mesma coisa. Tem lugar que teria disputa de cinco partidos, e agora vai ter três. (...) Muitas pessoas recuaram e estão fazendo aliança, consenso, colocando só candidato a vereador. Não tem como apostar em candidatura própria em alguns lugares. Há um espírito de unidade, de comoção – afirmou.
Presidente do MDB no Rio Grande do Sul, Vilmar Zanchin explicou que as conversas devem seguir até o prazo final para as convenções. Segundo ele, há muito diálogo sobre a construção de candidaturas únicas nas cidades mais atingidas. Até o momento, o partido mantém as 350 candidaturas a majoritária (prefeito e vice), mas está disposto a ceder em alguns casos.
– Há muita conversa em busca de algum entendimento para que não haja disputas tão acirradas (...) Estamos num processo de costura, de avaliação. Cada caso é avaliado individualmente. Não tem ambiente de ir para a disputa, porque a proposta de qualquer candidato agora é reconstruir a cidade – disse.
O presidente citou dois municípios geridos pelo MDB, Muçum e Roca Sales, que foram duramente atingidos pelo desastre. Nos dois, o partido busca consenso por uma candidatura única, formando uma coligação.
Segundo Zanchin, este é um movimento com atuação até de lideranças da sociedade nessas cidades, que apontam que o momento não é de disputa. Ele ressalta que por parte do MDB não será colocado empecilho para se chegar a entendimentos de unificação em prol da reconstrução dessas cidades. Em Roca Sales, o prefeito é do MDB e não vai para reeleição. A legenda, conforme o presidente, poderia lançar um outro nome do partido apoiado pelo prefeito, mas está buscando com as outras siglas um acordo por uma candidatura única.
O presidente do PP no estado, deputado federal Covatti Filho, disse que a legenda está prevendo de 380 a 400 candidaturas a prefeito ou vice, e que este número não mudou com a tragédia. O que alterou, segundo ele, é a posição de cabeça de chapa em algumas cidades para fazer a composição com outras legendas. Em Canoas, por exemplo, um dos municípios mais atingidos, o presidente explica que o partido poderia lançar candidatura própria, mas decidiu compor com o PL e ir como vice na chapa.
– Houve algumas alterações, com busca de agrupamento de força nesses municípios mais atingidos. Municípios que poderiam ter três ou quatro candidatos para majoritária foi reduzido para dois grupos políticos. Houve uma oportunidade de mais unidade entre partidos com o mesmo posicionamento e perfis políticos parecidos – disse.
Em outros casos, como no PT e no Republicanos, não existem grandes mudanças. No Republicanos, o presidente Carlos Gomes aponta que a grande pauta das eleições será a reconstrução dos municípios, mas que não houve mudança no planejamento feito pelo partido de eleger 42 prefeitos. No PT, a presidente Juçara Dutra Vieira afirma que a previsão é dobrar o número atual de prefeituras (23) e aumentar para 600 o número de vereadores nos municípios do estado.
– Talvez sem as enchentes o cenário fosse ainda mais positivo. A gente acha que o impacto maior vai ser na campanha, na mobilidade das pessoas durante a campanha. Mas como decisão política e planejamento, isso não foi afetado – disse Juçara.
Fonte: O GLOBO
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