Casa responsável pela fiscalização do Supremo já tem 22 pedidos de afastamento do ministro e deve receber mais um nos próximos dias

O ministro Alexandre de Moraes durante sessão do STF — Foto: Cristiano Mariz/O Globo

O pedido de impeachment que a oposição está preparando contra Alexandre de Moraes será o 23º em tramitação na Casa. O ministro é o alvo “campeão” de pedidos dessa natureza, que podem ser apresentados tanto por cidadãos comuns quanto pelos próprios parlamentares.

Até agora, segundo levantamento pela equipe do blog feito junto ao Senado, já tramitam na Casa ao menos 22 petições dessa natureza contra Moraes – dos quais 20 têm o ministro como único alvo. Um dos pedidos quer o impeachment de todos os integrantes do Supremo e outro tem como alvo, além de Moraes, o atual presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.

Apesar de tantos requerimentos, nunca na história do Senado foi aberto um processo de impeachment contra um ministro do Supremo, uma hipótese que passou a ser discutida com mais frequência nos bastidores de Brasília com a eleição de uma bancada bolsonarista mais representativa no Senado a partir de 2022.

O ex-presidente da República é alvo de uma série de investigações que estão sob a relatoria de Moraes no STF, como o inquérito das fake news, das joias sauditas e o dos atos antidemocráticos que culminaram com a invasão e a depredação da sede dos três poderes, em 8 de janeiro de 2023.

Para Moraes ser afastado do cargo seria preciso o voto de 54 senadores, um número que os próprios bolsonaristas admitem ser difícil de ser atingido. Hoje, a bancada dos aliados do ex-presidente conta com estimados 30 votos fiéis.

Um dos parâmetros para essa estimativa é o placar da indicação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF), que foi aprovada em dezembro do ano passado pelo Senado com 47 votos favoráveis, 31 contrários e 2 abstenções, apesar da ameaça explícita de bolsonaristas de que o nome seria barrado pela Casa.

Esse é um dos motivos para o ex-presidente da República apostar as fichas no aumento da bancada da direita nas eleições de 2026, quando 2/3 das vagas serão renovadas.


Fonte: O GLOBO