Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo aparecem como as regiões com maior número de interceptações em 2024
Nos últimos 5 anos, a Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou mais de 4 mil aeronaves no espaço aéreo nacional. Com radares, satélites, inteligência artificial (IA) e caças, a FAB intensificou suas operações, coordenadas pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), que visam coibir tráfegos aéreos ilícitos e reforçar o controle do território brasileiro.
Em 2024, até o início de julho, 3 aeronaves cumpriram a ordem de pouso obrigatório emitida pela Defesa Aérea, enquanto que entre 2019 e 2024, houve 20 casos em que foi necessário o uso de disparos durante as interceptações.
Em 2019, foram registradas 843 interceptações, número que subiu para 984 em 2020 e atingiu um pico de 1.147 em 2021. Desde então, os números começaram a cair, com 435 interceptações em 2022 e 404 em 2023. Até julho deste ano, no entanto, a FAB havia interceptado 207 aeronaves.
De acordo com o coronel aviador Leonardo Venancio Mangrich, vice-chefe do Centro Conjunto de Operações Aeroespaciais (CCOA), o uso da inteligência artificial tem contribuído para a precisão nas ações de vigilância e, consequentemente, para a redução no número de interceptações. Além disso, segundo o coronel, a aeronave de fabricação nacional E-99, de controle e alarme em voo, tem sido fundamental em diversas operações de vigilância.
"Temos utilizado uma ampla gama de meios e informações provenientes de diversos órgãos de segurança pública e fiscalização para identificar e agir contra tráfegos aéreos ilícitos de maneira preventiva. A presença constante e estratégica dessas aeronaves, aliada a tecnologias avançadas, tais como a utilização de Inteligência Artificial (IA), permitiu uma redução significativa no número de aeronaves interceptadas", explicou Mangrich.
O coronel, por sua vez, explica que o declínio no número de interceptações em 2022 e 2023 “não reflete uma diminuição dos esforços da FAB, mas, sim, a eficácia das ações preventivas”.
Regiões com mais interceptações
Os estados de Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo aparecem como as regiões com maior número de interceptações em 2024. De acordo com a FAB, essas são as maiores áreas de interesse estratégico para as operações.
Etapas da interceptação
O processo de interceptação é rigoroso e segue etapas bem definidas. Quando uma aeronave não identificada ou suspeita é detectada na Zona de Identificação de Defesa Aérea (Zida), o controle de tráfego aéreo, seja civil ou militar, tenta entrar em contato para determinar sua identidade e intenções.
Se a comunicação falhar ou a resposta for insatisfatória, caças interceptadores são enviados para identificar visualmente a aeronave.
Em casos mais extremos, onde a aeronave não responde às tentativas de comunicação e continua a agir de maneira suspeita, a FAB pode recorrer ao tiro de aviso, uma medida dissuasiva destinada a forçar a obediência às ordens.
Entre 2019 e 2024, por exemplo, houve 20 casos em que foi necessário o uso de disparos durante as interceptações. Esses tiros, inclusive, são gravados e auditados para garantir a transparência e conformidade com as leis em vigor.
Fonte: O GLOBO
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