Adilma Pereira Carneiro articulou o crime, de acordo com a polícia, com seis comparsas e teria prometido apartamentos como pagamento

Brasileira é presa por mandar matar marido atropelado na Itália — Foto: Reprodução

Uma mulher brasileira foi presa, neste sábado, sob acusação de planejar o assassinato do próprio marido, com seis cúmplices — entre eles, um de seus sete filhos e o seu amante. Ao comparecer ao tribunal de Busto Arsizio junto com seus advogados, nesta segunda-feira, Adilma Pereira Carneiro, 49, decidiu permanecer em silêncio em audiência que tratava o caso da morte de Fabio Ravasio, de 52 anos. Ele foi atropelado enquanto andava de bicicleta na noite do dia 9 de agosto, em Parabiago, em Milão. Ravasio foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Quem estava envolvido no crime?

Segundo a mídia italiana Il Giorno, Adilma foi presa junto com os comparsas, e teria envolvido um de seus sete filhos, Igor Benedito, de 25 anos, na ação. Conforme a juíza do caso, Anna Giorgetti, a brasileira teria arquitetado o crime por motivos financeiros para ter acesso ao patrimônio de 3 milhões de euros de Ravasio, com quem tinha dois filhos. De acordo com a imprensa local, Adilma fez promessas de comprar casas para os cúmplices, que também tinham envolvimento amoroso com ela.

"Nada parece ser suficiente para ela: escrava da sua ganância, ela quer sempre mais, é brutal, fria e calculista. Duas vilas, uma casa na Riviera Francesa, uma fazenda, dois carros grandes e uma vida confortável e sem fazer nada não eram suficientes para ela. Ela pretendia levar tudo", disse Giorgetti, segundo o Il Giorno.

A brasileira Adilma Carneiro e a vítima Fabio Ravasio — Foto: Reprodução

Quem é Adilma?

Nascida em São Paulo, Adilma Pereira Carneiro tem uma vida envolta em diversos mistérios. Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, ela foi detida com de 12 quilos de cocaína há alguns anos.

Atualmente, ela é sócia de uma empresa de compra e venda de imóveis em Magenta, na Itália. Um dos envolvidos no crime afirmou que ela decidiu matar Ravasio porque "não suportava mais o marido". Ele ainda confessou que Adilma havia prometido um apartamento de presente em uma casa de campo para reforma aos cúmplices.

Na imprensa italiana, ela é conhecida como a "Louva-a-Deus de Parabiago", ou a "Viúva Negra Brasileira", duas espécies cujas fêmeas são conhecidos por matar o macho após a relação sexual.

Suspeitos acusaram brasileira de ser a mandante

Dos seis suspeitos presos pelo crime, dois confessaram ter participado do plano e acusaram Adilma de ser a mandante. Mirko Piazza contou à polícia, na sexta-feira, que ficou encarregado de sinalizar ao motorista do Opel Corsa, Igor Benedito, do momento em que Ravasio estivesse na rua para ser atropelado. Segundo Piazza, Adilma havia lhe prometido um apartamento em troca da participação no crime.

A brasileira vivia com Ravasio desde que os filhos gêmeos do casal nasceram há 8 anos. Apesar disso, ainda era formalmente casada com Massimo Ferretti, 47, desde janeiro de 2016. Ele seria o "diretor de comunicações" do crime e ainda amante de Adilma. Segundo a juíza do caso, Ferretti é tão fiel à criminosa que a "apoia mesmo em suas ações mais condenáveis". No carro, junto com o filho da brasileira, estava Marcello Trifone, outro amante de Adilma.

Adilma Cordeiro foi presa por articular a morte do marido na Itália — Foto: Reprodução

“Ela é uma mulher que coloca o dinheiro no centro da sua existência. Parece que Adilma Pereira Carneiro nunca está satisfeita", escreveu o promotor na medida cautelar.

Em nome de Adilma, conforme relatou a imprensa italiana, constam um imóvel que supostamente foi financiado com 500 mil euros emprestados dos pais da vítima, valor que nunca foi restituído aos Ravasio, uma BMW, e uma casa na Riviera Francesa.

O que diz advogado de brasileira?

O advogado de Adilma, Edoardo Lorenzo Rossi, diz que a cliente alega "não tem envolvimento nos fatos e que várias coisas serão esclarecidas". No entanto, segundo o promotor Ciro Caramore, a brasileira não suportava mais viver com o marido e queria se livrar dele.


Fonte: O GLOBO