Número de pessoas que buscam uma vaga recuou para 1,7 milhão. Taxa de desocupação cai em 15 estados

Queda na taxa de desocupação foi acompanhada pela maior parte das federações do país — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O desemprego está caindo tanto que até as pessoas que estão em busca de uma vaga há mais de dois anos estão conseguindo se recolocar no mercado de trabalho. O número de brasileiros à procura de uma oportunidade por um período de dois anos ou mais caiu 17,3% no trimestre encerrado em junho. Agora, são 1,7 milhão de pessoas nessa situação, o menor patamar para um segundo trimestre desde 2015.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira.

O IBGE divide o desemprego em diferentes categorias, de acordo com o tempo de procura. Em todas as faixas de tempo, o desemprego caiu mais de 10%, conforme abaixo:
  • menos de um mês: queda de 10,2%
  • entre um mês a menos de um ano: queda de 11%
  • entre um ano a menos de dois anos: queda de 15,2%
  • dois anos ou mais: queda de 17,3%, a maior de todas as faixas
Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostras de Domicílios do IBGE, a expansão da ocupação em atividades de baixa complexidade, que demandam menor especialização, permite que seja abarcado um conjunto maior de pessoas que estavam procurando trabalho, até aquelas que estavam em um padrão mais crônico de buscas.

"O crescimento da ocupação tem refletido positivamente entre os que buscam trabalho, à medida que passam a registrar menor tempo de procura. O crescimento da demanda por trabalhadores em várias atividades, como comércio e serviços de baixa ou alta complexidade, tem contribuído para a retração desse tempo de procura", explicou Beringuy.

Quando observada a taxa de desemprego por estado, houve recuo em 15 das 27 federações do país. Os estados com maior número de desempregados foram Pernambuco (11,5%), Bahia (11,1%) e Distrito Federal (9,7%).

Já entre os com as menores taxas foram Santa Catarina (3,2%), Mato Grosso (3,3%) e Rondônia (3,3%). As outras 12 federações que não apresentaram recuo também não tiveram variações significativas no indicador, segundo o IBGE.

Desigualdade de gênero e raça

Os números da Pnad também mostram que a desigualdade de gênero se mantém no mercado de trabalho. A taxa de desocupação das mulheres era de 8,6% em junho, acima dos 6,9% do país. Considerando apenas os homens, o índice é menor: 5,6%.

Da mesma forma, os brancos conseguem emprego com mais facilidade que os negros. A taxa de desemprego entre brancos era 5,5% no segundo trimestre, mais baixa que a de pretos (8,5%) e pardos (7,8%).

Quando considerado o nível de instrução, a taxa de desemprego de pessoas com ensino médio incompleto (11,5%) é mais que o triplo do grupo que tem diploma (3,6%).

Pnad x Caged

A Pnad traz informações sobre trabalhadores formais e informais. Divulgada mensalmente, a pesquisa traz dados do trimestre. A coleta de dados é feita em 210 mil domicílios, espalhados por 3.500 municípios em todo o país.

Outra pesquisa é a do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Esta só traz informações sobre trabalho com carteira assinada, com base no que as empresas informam ao ministério.


Fonte: O GLOBO