Carteira de trabalho física ao lado de uma carteira de trabalho digital — Foto: Agência O Globo

A tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul não tiveram o impacto no emprego esperado pelos analistas. Os dados da Pnad trimestral, divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, apontam que o desemprego se manteve estável no estado, houve de 0,1 ponto percentual, em relação ao primeiro trimestre deste ano, de 5,8% para 5,9%. É fato que nos estados vizinhos ao Rio Grande do Sul houve redução da taxa de desemprego: em Santa Catarina, caiu de 3,8% para 3,2%, no Paraná, de 4,8% para 4,2%, o que denota o efeito do evento climático extremo que se abateu pelo estado, explica Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador sênior da área de Economia Aplicada do FGV Ibre:

- Não há de se dizer que o estado passou incólume, porque a taxa de desemprego está constante e tudo está caindo. Se olhar para os estados vizinhos, em Santa Catarina caiu seis pontos percentuais, no Paraná, caiu quatro, enquanto subiu Rio de Janeiro subiu 0,1. Esse é um sinal de tragédia, mas não foi tão dramático quanto se esperava. O dado da Pnad reforça o que os dados de atividade já mostravam de resiliência da economia no Rio Grande do Sul. O mercado dos trabalhos sobreviveu a gente relativamente bem dado o tamanho do problema enfrentado pelo estado.

Olhando para frente, diz Holanda seria possível vislumbrar demissões ainda como um ajuste das perdas imposta pelas enchentes as empresas gaúchas. No entanto, a reconstrução do estado pode compensar efeito e ser um motor propulsor da economia local nos próximos meses:

- Iniciando rapidamente o processo de reconstrução, pode haver um crescimento nas contratações. Lembro que entre 2014 e 2016 quando o Brasil estava em recessão, o Rio de Janeiro estava com o mercado aquecido, diante das obras para as Olimpíadas. O mesmo pode acontecer com o Rio Grande do Sul. Esse movimento de reconstrução pode alimentar a economia gaúcha nos próximos tempos.


Fonte: O GLOBO