Aliados de Jair Bolsonaro avaliam que, se Lula levar adiante a ideia de devolver o relógio Cartier que ganhou no primeiro mandato, enfraquecerá a estratégia de defesa do ex-presidente para enterrar o inquérito das joias.
O presidente disse a ministros, na reunião desta quinta-feira, que irá devolver o item que ganhou 19 anos atrás. O objetivo do petista seria esvaziar a estratégia dos advogados de Bolsonaro, que pretendem usar a decisão do Tribunal e Contas da União (TCU) para arquivar o processo contra o capitão reformado.
Aliados do ex-presidente avaliam, porém, que, com a devolução do Cartier, a decisão do TCU perderá força. Além disso, fazem a leitura de que a iniciativa de Lula de devolver o relógio, mesmo sem a ordem da corte de contas, será bem recebida na opinião pública e vai gerar comparações com Bolsonaro. A investigação da Polícia Federal apontou que o ex-presidente colocou em campo uma “operação resgate” dos presentes que recebeu, após a corte de contas determinar a devolução dos itens de luxo.
Lula, no entanto, só deve devolver o relógio após a análise da Advocacia-Geral da União (AGU). O órgão está estudando o caso para entender todas as implicações que a apresentação de um recurso para questionar a decisão do TCU pode ter. A opção que prevalece hoje é pedir para que sejam devolvidos apenas os presentes recebidos após 2016, quando a corte de contas determinou que os itens dados aos presidentes da República deveriam integrar patrimônio da União.
Fonte: O GLOBO
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