Possibilidade de queda de juros maior nos EUA deve beneficiar Brasil, avalia Fazenda. Mas BC mantém tom cauteloso em ata. Índices futuros americanos sobem

O dólar opera em queda nesta terça-feira, após ter superado o patamar de R$ 5,80 no pregão de ontem. A moeda americana era cotada a R$ 5,6695, queda de mais de 1% por volta de 9h40. A véspera foi marcada por nervosismo nos mercados globais, com temor de os Estados Unidos entrarem em recessão no ano que vem.

Dados fracos do mercado de trabalho americano divulgados na semana passada levaram investidores a avaliar que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) errou na mão com os juros, que já vem sendo mantido no mesmo patamar há bastante tempo.

Com isso, aumentaram as apostas de um corte de juros maior pelo Fed em setembro, quando seus dirigentes estarão reunidos para definir a nova taxa, que hoje está no intervalo de 5,25% e 5,5%.

Entre economistas e integrantes da equipe econômica do Ministério da Fazenda no Brasil, a avaliação é que a redução dos juros nos EUA — ou mesmo um cenário de desaceleração da economia americana — vai aliviar a pressão sobre a inflação no Brasil.

Bolsas na Ásia têm trégua

No entanto, o tom da ata divulgada nesta terça-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) foi de cautela. No documento, o Banco Central garantiu que não "hesitará" em elevar a Taxa Selic se considerar apropriado para assegurar a convergência da inflação para a meta de 3% em 2024.

No exterior, as Bolsas asiáticas tiveram um dia de trégua. O índice Nikkei, de Tóquio, fechou em alta de 10,23%, após a maior queda desde 1987. Shenzhen e Seul também fecharam no azul. Entre as principais praças, apenas teve retração, de 0,31%.

Na Europa, o mercado ainda sente os efeitos das incertezas quanto aos rumos da economia americana, mas as baixas são menores que no dia anterior. Londres cedia 0,60% por volta de 9h40; Paris recuava 0,97% e Frankfurt caía 0,26%.

Nos EUA, Dow Jones, Nasdaq e S&P sobem no pré-mercado.


Fonte: O GLOBO