Em seu primeiro discurso, o deputado centralizou ataques sobre o sistema de transporte na capital; irmão de outro candidato, Rogério Amorim acompanhou agenda

Flávio Bolsonaro mostra santinho de Alexandre Ramagem na primeira agenda de campanha, na Central do Brasil — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo

Candidato escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para a capital que o forjou na política, Alexandre Ramagem (PL) iniciou sua campanha de rua na Central do Brasil, no centro do Rio. O local é conhecido pelo fluxo intenso diário, onde milhares de cariocas e fluminenses passam por todas as manhãs.

Ao lado do senador Flávio Bolsonaro, o ex-chefe da Abin circulou pela região por volta das 6h. Enquanto andava, era possível ouvir pessoas questionando em voz alta sobre quem era o candidato. O maior desafio de Ramagem é justamente se tornar conhecido pelos eleitores.

— É o primeiro dia, a rua certamente vai estar meio fria, mas conforme o tempo for passando, o eleitor poderá olhar com mais atenção. A gente confia muito no desempenho do Ramagem — declarou o senador.

Em seguida, Flávio Bolsonaro fez críticas à atual gestão do prefeito Eduardo Paes no assunto da segurança pública.

— O Rio tem um prefeito que nega a todo momento que a segurança pública é um problema da prefeitura. Em qualquer lugar do mundo onde há segurança, a ordem pública tem o município como protagonista. Acredito que o Ramagem, com todo o seu conhecimento, conseguirá implantar no Rio um sistema integrado com as nossas forças policiais para o carioca conseguir voltar a andar em paz.

Em seu primeiro discurso, Ramagem já mostrou qual será uma das suas principais estratégias para ganhar eleitorado. Ele criticou que o BRT não chega até a Central do Brasil e disse que a obra feita na Avenida Brasil foi um "escárnio".

— A Central do Brasil é o retrato do abandono. O BRT, que foi planejado para vir até aqui, não veio. De primeiro momento, temos que fazer uma integração dos modais para o carioca sair desse trânsito horroroso. O que fizeram na Avenida Brasil é um escárnio. Falta estratégia e planejamento — disse ele.

— Aqui tem violência, moradores em situação de rua, tráfico de drogas, furto. Esse é o retrato da Central do Brasil. Então, é bastante simbólico que a gente inicie a nossa campanha aqui, com a proposta de revitalizar o Rio de Janeiro. A gente quer o centro do Rio em um lugar seguro, transformá-lo em um local com mais economia, comércio e indústria de volta — completou.

Irmão de outro candidato, o candidato a vereador Rogério Amorim (PL) também acompanhou Ramagem. Questionado sobre o possível conflito de interesses, ele respondeu que seu primeiro compromisso é com o partido.

— Meu primeiro compromisso é com o partido. Sou o líder do PL na Câmara e faz parte do meu trabalho acompanhar as candidaturas. Faz parte do trabalho — afirmou o vereador, frisando que seu irmão entende o seu papel de acompanhar os demais candidatos do partido.

Apresentação nas redes

"Muito prazer, eu sou o Ramagem." É assim que o candidato do PL para a prefeitura do Rio inaugurou sua campanha nas redes sociais. A propaganda eleitoral está liberada a partir desta sexta-feira (16) pela legislação.

Em vídeo publicado no Instagram, o candidato conta que foi atingido com uma arma de fogo quando foi assaltado, aos 20 anos. Ele conta que foi esse episódio que o fez mudar o rumo e trocar o curso de Administração pelo Direito e se tornar delegado federal. Como parte de sua estratégia, Ramagem se apresenta como o candidato que tem o apoio de Jair Bolsonaro e diz que o problema do Rio é "a malandragem dos políticos de sempre".


Fonte: O GLOBO