Sebastiao Melo, prefeito de Porto Alegre — Foto: ALRS/Divulgação
Porto Velho, Rondônia - Candidato à reeleição em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo admite parcela de culpa nas inundações que afetaram a capital gaúcha em meio às fortes chuvas de maio sobre o Rio Grande do Sul, mas rebate críticas sobre falta de alinhamento com o presidente Lula (PT) e o governador Eduardo Leite (PSDB).
Qual sua parcela de responsabilidade nas enchentes?
O sistema contra cheias de Porto Alegre é da década de 1960. Foi concebido e executado pelo governo federal, não foi revisado e mostrou-se insuficiente. Sou o 14º prefeito nesse período. A União é responsável pela proteção, e o estado, pela dragagem dos rios, o que não acontece há 30 anos. Nós fizemos muita manutenção. Foram várias falhas, mas procurei buscar soluções, não culpados. Há responsabilidade de muita gente, e com certeza do prefeito também.
O que fará, se for reeleito, para evitar tragédia semelhante?
Estamos fazendo obras emergenciais e contratando um estudo para o novo sistema, que precisa estar integrado com a Grande Porto Alegre. Tem que sair do papel uma coordenação para proteger a bacia do Rio Guaíba das cheias. Se não tiver uma governança cooperativa, sem transferência de responsabilidade, vai ser mais um sonho de verão.
Em 2020, o senhor venceu em bairros muito atingidos pela chuva. Como ter de novo o voto de pessoas que perderam casas?
A dor de quem perdeu o que tinha é a dor do prefeito também. Só tem um caminho: falar a verdade. Choveu em 452 municípios do Rio Grande do Sul, e o culpado é o Sebastião Mello? A enchente tem cor partidária? O governo do PT é aqui do lado (em São Leopoldo), e a cidade também foi devastada. Minha adversária (Maria do Rosário) faz críticas, mas eles (PT) governaram Porto Alegre por 16 anos. E presidentes e governadores, quando colocaram em pauta proteção contra cheias?
O vice da sua chapa é do PL. Quer a presença do ex-presidente Bolsonaro no palanque? Ele perdeu em Porto Alegre em 2022. Isso pode prejudicar?
Bolsonaro esteve aqui há quase um mês. É sempre bem-vindo. A eleição é para presidente ou para prefeito? Não está em julgamento nem Lula nem Bolsonaro.
O senhor não é do grupo político de Lula nem de Eduardo Leite. Faltou alinhamento com estado e com o governo federal nas respostas às enchentes?
Esse discurso é do PT e do PSOL. Desde o primeiro pingo d’água na nossa cidade, tenho sido um prefeito que não tem faltado a nenhuma reunião quando o presidente está aqui, quando os ministros estão. Tenho feito a minha parte. Pensar diferente não significa você não ter alinhamento naquilo que é estratégico. Numa crise do tamanho da que aconteceu, nós temos o dever de agir juntos, mas também dividir a responsabilidade.
Quais outras áreas o senhor considera prioritárias?
A saúde pública precisa ter um avanço, especialmente nas consultas especializadas e cirurgias. Pretendo zerar as filas da creche, de 3 mil mães à espera.
Fonte: O GLOBO
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