O muro foi todo pintado com uma tinta verde, fato que causou comoção da população e resultou em uma pichação anônima com os dizeres "da memória ninguém apaga"
Um grafite com o rosto do prefeito Sebastião Melo (MDB) submerso em lama, feito pelo artista Filipe Harp em crítica à gestão do chefe municipal durante as enchentes em Porto Alegre em maio, foi apagado na última semana na Praça Argentina, localizada no Centro da cidade. O muro foi todo pintado com uma tinta verde, fato que causou comoção da população e resultou em uma pichação anônima com os dizeres "da memória ninguém apaga".
Na antiga arte de Harp, uma água escura também encobria casas, em uma reprodução da tragédia vivida na capital gaúcha. Antes da pichação atual, uma primeira manifestação anônima dizia "Melo Chinelão". Esta também foi encoberta por tinha verde.
O GLOBO procurou as Secretarias de Serviços Urbanos (SMSurb) e de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) de Porto Alegre para questionar se foi a prefeitura que apagou o grafite, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Nas redes sociais, a vereadora de Porto Alegre Karen Santos (PSOL-RS) classificou o apagamento do grafite como "censura".
"Abandono e negligência de Melo foram denunciados pelo artista Felipe Harp em um mural na Praça Argentina. Infelizmente, numa ação de censura, a arte foi apagada, mas novas manifestações foram colocadas no local. Porto Alegre não vai esquecer o que aconteceu nas enchentes, Melo!", escreveu a vereadora.
No X, antigo Twitter, um internauta escreveu: "para pintar muro em época de eleição o Melo é rapidinho, para não deixar Porto Alegre afundar em lama ele nem se mexe".
As enchentes que castigaram o Rio Grande do Sul entre abril e maio atingiram mais da metade dos bairros de Porto Alegre e afetaram 160,2 mil moradores. Em todo o Rio Grande do Sul, foram 179 mortes confirmadas. O total de afetados pelo evento climático é de 2,3 milhões.
Fonte: O GLOBO
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