Presidente disse que governo ainda trabalha para isentar o imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que o ministro da Fazenda Fernando Haddad é chamado de “taxador” porque o governo trabalha para taxar os mais ricos, que segundo ele, “não gostam de pagar imposto”.
— Quando chamam o Haddad de taxador, é porque nós estamos trabalhando na política para fazer taxação dos mais ricos. Estamos propondo no G20, que vai ser em novembro aqui no Brasil, para que o mundo tome uma decisão de taxar os 2% mais ricos da humanidade — disse o presidente em entrevista à rádio T.
Segundo Lula, o governo tem trabalhado para equilibrar a carga tributária entre os mais ricos e mais pobres no Brasil, e as medidas tomadas pelo para alcançar esse objetivo desagradam a parcela mais rica da população.
— Nós já isentamos pessoas de até dois salários mínimos. Eu tenho um compromisso até 5 mil reais das pessoas não pagarem mais imposto [de renda], nós vamos trabalhar isso, vamos conseguir fazer isso. Quem reclama muito do imposto é o rico, eles não gostam de pagar imposto. Eu desconto imposto de renda de um cidadão que ganha R$ 5 mil. Aí um cidadão que é acionista da Petrobras recebe R$ 1 bilhão de dividendos e não paga nada, é livre — afirmou Lula.
Taxa de juros e BC
Durante a entrevista, o presidente também falou sobre a taxa básica de juros, a Selic. Segundo ele, o governo vai atuar para que a Selic alcance um patamar "razoável".
— Mas o que nós estamos trabalhando é que primeiro nós temos que trazer a taxa de juros do Brasil para um patamar de juros razoável, que o mundo inteiro compreenda. Segundo, é preciso que a gente crie condições de facilitar que o dinheiro circule nesse país na mão do povo, porque se o dinheiro circular a gente resolve o problema.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve, em sua última reunião, a taxa Selic em 10,50%. Na ata da reunião, no entanto, a autoridade monetária afirmou que o controle das estimativas de inflação, que estão em alta, e não afastou a possibilidade de "eventuais ajustes futuros" na taxa de juros, com possíveis aumentos na Selic, "serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta".
O mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto, se encerra ao final do ano. Nesta terça-feira, o ministro Fernando Haddad afirmou que Lula deve indicar o próximo comandante do BC nas "próximas semanas". O principal postulante para o cargo é Gabriel Galípolo, atual diretor da autoridade monetária e ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
— Eu estou trocando o presidente do BC, porque o presidente do BC vai ser substituído no final do ano, porque as coisas vão mudando. Mas a gente não pode fazer nenhuma loucura, em economia não tem nenhuma loucura, tem bom senso — disse Lula na entrevista desta quinta.
Fonte: O GLOBO
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