Vibra quer suprimir cláusulas do edital que submetem os contratos que envolvam construção ou operação de dutos em aeroportos ao aval da Anac. — Foto: Ailton de Freitas - Agência O GLOBO
Responsável por autorizar empresas a voarem no país, desde a checagem de documentação, inspeção de aeronaves e auditorias, além de aprovar regras para a aviação civil, a Anac está sem presidente efetivo há mais de um ano.
Na sexta-feira da semana passada, após a queda do avião da Voepass em Vinhedo e morte de 62 pessoas, a Anac ficou em evidência. A Agência faz parte do processo de investigação conduzido pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea.
A presidência da agência é exercida interinamente pelo diretor Tiago Sousa, desde abril, quando Juliano Noman assumiu a Secretaria de Aviação Civil (SAC), ligada ao ministério, comandado na ocasião pelo ministro Marcio França (PSB-SP).
Noman costurou a indicação de Tiago para a presidência, com apoio do Palácio do Planalto. Outro nome indicado foi da superintendente Mariana Altoé para o cargo vago na diretoria. Mas, mesmo assim, as indicações não foram enviados à Comissão de Infraestrutura do Senado para sabatina.
Com as últimas trocas nos ministérios para Luiz Inácio Lula da Silva incorporar PP e Republicanos ao governo, a nomeação Silvio Costa Filho arrastou o processo. Segundo interlocutores, ele gostaria de contemplar indicações do seu estado, Pernambuco.
Além disso, as negociações dependem do aval do senador Davi Alcolumbre (União-AP), que deu sinal verde aos nomes das diretorias na gestão do governo anterior.
No Senado, surgem outros nomes para a presidência da Anac, como do brigadeiro brigadeiro Rui Chagas Mesquita, que é próximo ao presidente Lula. Outro nome cotado é do engenheiro Rogério Benevides, que concluiu e deixou cargo de diretor da Anac na semana passada.
Na Casa, a articulação passa também pelo presidente da Comissão de Infraestruura, senador Confúcio Moura (MDB-RO), que cobrou definição do governo, e do senador Alexandre Giordano (MDB-SP), além do próprio Alcolumbre.
Existe o interesse dos senadores em ampliar poder através dos órgãos reguladores, que tomam decisões e fiscalizam setores estratégicos da economia.
Procurados, os parlamentares não quiseram comentar. Técnicos do ministério disseram que o ministro trabalha hoje pela confirmação de Tiago na presidência da Anac. A Agência também não quis comentar.
Fonte: O GLOBO
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