Corpo de Bombeiros tenta controlar as chamas; nove estão em estado grave

Porto Velho, RO - Um incêndio atinge um prédio em que funciona uma fábrica de fantasias de Carnaval e uniformes militares na manhã desta quarta-feira (12) em Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro. Havia cerca de 100 pessoas no local, por volta das 7h40, quando as chamas começaram. Vinte e duas pessoas ficaram feridas, ao menos nove em estado grave.

A fábrica Maximus Confecções era responsável por confeccionar todas as fantasias do Império Serrano e de outras escolas de samba da Série Ouro, o grupo de acesso. A reportagem não conseguiu localizar os responsáveis pela empresa até a publicação deste texto.

Segundo um funcionário, que pediu para não ser identificado, o fogo começou no primeiro andar, onde ficam as fantasias. A suspeita de quem estava no local é de que uma máquina tenha apresentado curto-circuito. Os trabalhadores tentaram fugir pela porta principal e por janelas, quebrando os vidros, mas quatro ficaram isolados no último andar e foram até a grade de uma janela pedir ajuda.

Um homem precisou ser retirado com ajuda de uma escada pelo buraco de uma janela. Outros 16 foram resgatados pelos bombeiros. Os funcionários afirmam que todos conseguiram sair do prédio, mas ainda não é possível afirmar que não há mais pessoas no interior do edifício, segundo os bombeiros.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, 22 pessoas ficaram feridas. Dez delas foram internadas no Hospital Getúlio Vargas, sendo nove em estado grave por terem inalado fumaça tóxica e sofrerem queimaduras nas vias aéreas. A décima vítima, uma mulher, ainda está sendo analisada. Outras três pessoas estão em estado estável no Hospital Bonsucesso.

O incêndio começou logo após a entrada do turno dos funcionários da manhã. Também estavam no prédio ao menos 50 pessoas que haviam dormido no local em razão do trabalho em turnos, 24 horas por dia.

Para combater as chamas estão sendo utilizadas 13 unidades operacionais do Corpo de Bombeiros, incluindo o Grupamento de Operações Aéreas da corporação e especialistas em salvamento em altura, cerca de 90 bombeiros militares, com apoio de 30 viaturas.

A Polícia Civil abriu um inquérito e a perícia será feita para determinar as causas do incêndio.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), disse pelas redes sociais que já conversou com o presidente da Liga RJ, Hugo Júnior, e que as três escolas que perderam fantasias -- Império Serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu -- não correrão o risco de serem rebaixadas.

"Já tomamos a decisão de que, independente de qualquer coisa, as escolas não serão rebaixadas no carnaval desse ano. Havendo possibilidade de desfilar, as três serão consideradas hors con·cours", afirmou Paes, assegurando que a prefeitura do Rio estará ao lado das agremiações.

A escola de samba Império Serrano afirmou, por meio de nota, que "lamenta profundamente o incêndio que ocorre nas dependências da Maximus Confecções, nesta manhã, em Ramos. Informamos que toda a produção das fantasias do carnaval 2025 do Império Serrano se encontram na fábrica. Neste momento, estamos focados em garantir a segurança de todos os envolvidos neste acidente. Quando tivermos mais informações sobre os danos ocorridos, informaremos".

A Unidos da Ponte também disse que todas as fantasias da escola estavam na fábrica. "É de extrema importância garantir a segurança de todos que estavam presentes no local", comentou a diretoria.

Já a Liga RJ, que representa as escolas de samba, afirmou, por meio de nota, que "recebe com profunda preocupação a notícia do incêndio ocorrido na Fábrica Maximus, um espaço essencial para o Carnaval carioca. Nossa primeira e maior preocupação é com a segurança e o bem-estar de todas as pessoas que estavam no local, esperando que todos estejam fora de perigo e recebendo o devido amparo".

Ainda de acordo com a Liga, o incêndio "atinge diretamente o planejamento do Carnaval e toda a cadeia produtiva envolvida na sua realização". Por conta disso, a Liga RJ convocará os presidentes "para uma Assembleia Geral Extraordinária a fim de avaliar a situação e definir os próximos passos, garantindo que nenhuma escola de samba filiada seja prejudicada". A postagem da liga foi anterior à do prefeito.

Fonte: Folha de São Paulo